Eis que tudo ficou claro e evidente. Bem na frente dos meus olhos, todas as mazelas desse mundo se fizeram visíveis e eu fui tocada pelo mal da sociedade.
Estive lá, cheirando o suor deles,vendo seus rostos todos iguais,seus instintos tão aflorados,sua realidade despida e completamente vulnerável.
Num breve momento fui invadida pela aura do ambiente e contraditoriamente, me senti em casa. Era como se seus gritos ensandecidos diante de um espetáculo de aberrações me acalentassem. Aquilo era, sem dúvida, uma doença. A praga que os poderosos omitem, mas que resiste.
Foi preciso tocar na ferida para mudar a minha concepção de “divertido”. Aquilo que parecia cômico vinha acompanhado de dor, de um gemido estremecedor.
O dono do circo, o malabarista, os anões e toda a massa, peças de um quebra-cabeça ardiloso.
Por trás daqueles sorrisos, havia algo muito estranho, algo que me amedrontava profundamente, mas que eu deveria confrontar.
Isso nunca vai acabar. Sempre existirão anões, donos de circo e pessoas que assistirão a esses espetáculos medonhos. A ferida aberta e flamejante está aí, para quem quiser ver ,para quem desejar se deleitar com um “circo dos horrores”.
***
dois dias depois da minha ída ao LONDON CIRCO
***
foto do filme FREAKS de Tod Browning
Estive lá, cheirando o suor deles,vendo seus rostos todos iguais,seus instintos tão aflorados,sua realidade despida e completamente vulnerável.
Num breve momento fui invadida pela aura do ambiente e contraditoriamente, me senti em casa. Era como se seus gritos ensandecidos diante de um espetáculo de aberrações me acalentassem. Aquilo era, sem dúvida, uma doença. A praga que os poderosos omitem, mas que resiste.
Foi preciso tocar na ferida para mudar a minha concepção de “divertido”. Aquilo que parecia cômico vinha acompanhado de dor, de um gemido estremecedor.
O dono do circo, o malabarista, os anões e toda a massa, peças de um quebra-cabeça ardiloso.
Por trás daqueles sorrisos, havia algo muito estranho, algo que me amedrontava profundamente, mas que eu deveria confrontar.
Isso nunca vai acabar. Sempre existirão anões, donos de circo e pessoas que assistirão a esses espetáculos medonhos. A ferida aberta e flamejante está aí, para quem quiser ver ,para quem desejar se deleitar com um “circo dos horrores”.
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dois dias depois da minha ída ao LONDON CIRCO
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foto do filme FREAKS de Tod Browning
7 comentários:
nooossa!
muito bom
bem descrito, e bem sacado.
apesar de me dar um pouco de medo
hehehe
frescando
muito peculiar tua forma de ver as coisas, mas peculiar de uma forma positiva, nos faz ver coisas que não pensamos e nem noatmos, tem uma erspectiva bem cult pra falar a verdade
Putz, viajei ^^"
hehehe
beijOo
Ah, menina, tem um geniosinho fantástico em vc!
Eu sabia q a briga dos anões ia ter algo de útil!rsrs
Parabéns pelo texto, muito diferente!
rsrsrs, o íron viajou legal mesmo! mas ñ falou nenhuma mentira!hehehe
bjos pros dois!
Ótimos texos... Mas acho que você tomou a pílua vermelha cedo demais!
Já está enxergando a verdade das coisas...tão jovem...
Já viu O Homem Elefante, de David Lynch?? As curtas cenas dele em shows de horrores me trouxeram sensações parecidas... Você as descreveu de forma fabulosa!!! Adorei o texto!!
Me deu até medo de ir a circos. o.O
xDD
^^,valeu Raiana!
não assisti à esse filme do Lynch,mas ja ouvi falar dele..muito vagamente!serviu de sugestão.
obrigada,pelo elogio!
nossa oÔ que texto massa!
nao sei porque mas o teu texto me lembrou automaticamente o quadro "guernica" do picasso. toda aquela bagunça e desordem social expressa lah no quadro voce me lembrou com teu texto.
eh uma descriçao pavorosa de uma realidade nao menos atordoante.
repito, esse texto ta excelente, voce escreve muito bem! parabens!
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