segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Para a Borboleta

Acordei com muita saudade hoje. Saudade de tudo e de todos, mas principalmente de uma certa melhor amiga ligeiramente insana e estranha com a qual eu sempre me identifiquei.É, é você mesma. Borboleta as vezes, mas sempre psicodélica. Difere das borboletas comuns que voam alto, mas se parece com elas na beleza e na leveza. Sabe me acalmar apenas com a presença.É uma amizade idealizada por mim. Os outros nos olhavam e riam (sempre foi assim, nós somos assim, meio engraçadas).Saudade do seu humor ironico e inteligente (as melhores piadas sem sentido ,de regra). Saudade da sua crítica mordaz, espera aí, você ainda faz isso ¬¬ (certas coisas não mudam).Deve ser coisa de amigo sincero isso de sentir aperto no coração.Lembro de você ,sobretudo, quando vejo algum desenho bonito na parede, ou no vestido de alguém que tem o seu bom gosto. As vezes acho você perfeita, outras não, pois você deveria me procurar mais.Espero que você pense em mim como a amiga errada nas horas certas. Não se esqueça das nossas converas frenéticas e entusiasmadas sobre a metafísica e o vento que muda o curso da vida das pessoas, tampouco das viagens estáticas e dos planos.Seus sonhos ainda ilustram os meus, nas madrugadas em que não tenho pesadelos.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

40 dias e 40 noites

Tá! Sem cerimônias.
Queria dormir 40 dias e 40 noites!
Primeiro, queria ter coragem pra isso,pois não sou muito de dormirrrrrr.Só queria me livrar da minha consciência por alguns instantes...Pegar um litro de alguma coisa alcólica e mandar goela a baixo, ligar pra todos os meus amigos e marcar com todos simultaneamente, ir prum show do Morrissey em Londres. É, exagerei no sonho...
Ah! Mas pra que tudo isso? Pra que tanta gritaria? Eu fico perdida no meio da multidão pensando "There's a place in the sun for anyone"...Onde está o meu??
Essa maldita pressa de viver...Vivemos para o encontro com o outro e não o seu domínio.Difícil aceitar isso.
Saudade grande dos tempos de ponte, de praça e de gandaia com a negada. Amigos são tudo realmente, entretanto um grande amor se faz necessário na vida. E o que fazer quando vc o encontra muito cedo, porque quando é tarde é tarde, mas é tão perfeito, tão lindo, e compensa tanto quando ta por perto, quando chama pra ver tv, ou comer alguma besteira. Faz- se tão presente.
Eu só quero andar por ai, observando pessoas, máquinas e o que se mover! Quero mais é sorrir com quem eu gosto e com quem gosta de mim, quero ter um compromisso pra vida todo com uma causa realmente nobre, a arte de fazer cinema(rsrsrsrsrs).Quero algum dia aprender alguma coisa e não esquecer mais, pois acho que esse meu problemas de memória ainda vai me lascar muito!
E esse meu título, que é que tem a ver? Tô escrevendo aqui pensando no próximo semestre...Nada é definitivo.



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À toa na vida!

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

O de sempre...Sempre

Chega a noite, e o que eu fiz durante o dia? De que posso me orgulhar? Não salvei a mim própria.
Submergi em algum pensamento desordeiro e criei caminhos para escapar das minhas obrigações, que afinal não são tantas assim.
Sentimentos negativos me corroeram a alma, e o que mais posso falar sobre a minha pobreza? Um mar de absinto não seria suficiente pra aliviar esse negativismo. Tão jovem e tão velha. Sobrevi a mais um dia negligenciando minhas tarefas...



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Não esperem tanto de alguém tão pequeno...

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Carta póstuma

Estranho ver meu corpo estendido no chão. Parece que tudo se perdeu e eu não sei bem quando nem como. Minha ilusão, minha melancolia, meu sentimentalismo, nada mais consigo sentir. Em um só ato tudo desapareceu, perdi minha juventude cedo e agora perco a vida.
Tentando compreender essa mágoa, me afogo num poço de solidão e sem companhia é mais difícil perceber certos detalhes. Chega a hora de deixar para trás todo o resto; todas as falhas, mentiras e frustrações, não há mais lugar para isso. Quem disse que no inferno só havia guerra errou! No inferno há solidão.
Vendo me assim percebo que é hora de refletir, me redimir comigo mesma. E como fui negligente! Sempre observando a todos e vivendo suas vidas, resolvendo seus problemas, sem nunhum autruísmo, por pura insatisfação com o meu ser, deixei tudo incompleto. Meu egoísmo me matou. Minha melancolia foi a tortura e a penitência. Meu orgulho promoveu a tragédia maior em minha vida e agora estou aqui olhando minha imagem, isenta de sentimentos, perdoada em fim, sem a tortura da culpa.
Gostaria de neste momento ser compreendida e amada pela última e eterna vez.





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Demorei a escrever, mas agora voltei realizando o sonho da carta póstuma.
Que ninguém descubra o segredo obscuro que escondo na alma.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Vila do Sossego


Oh, eu não sei se eram os antigos que diziam
Em seus papiros Papillon já me dizia
Que nas torturas toda carne se trai
Que normalmente, comumente, fatalmente, felizmente,
Displicentemente o nervo se contrai, oh, com precisão


Nos aviões que vomitavam pára-quedas
Nas casamatas, caso vivas, caso morras
E nos delírios meus grilos temer
O casamento, o rompimento, o sacramento, o documento
Como um passatempo quero mais te ver, oh, com aflição
Meu treponema não é pálido nem viscoso
E os meus gametas se agrupam no meu som
E as querubinas meninas rever
Um compromisso submisso, rebuliço no cortiço
Chamo o Padre "Ciço" para me benzer, oh, com devoção

terça-feira, 20 de maio de 2008


Ovini

01h00min foi quando eu acordei. Ainda sonolenta, me sentei na cama e pus meus pés quentes no chão gelado. Observei os desenhos de estrelas e planetas na minha parede azul. Que lugar mágico! Percebi uma forte luz amarela irradiando da janela. Levantei-me e fui ver o que era aquela claridade estranha. Olhei pela janela, mas não consegui identificar nada, abri. Não acreditei naquilo! Não podia ser! Parecia um sonho. Parecia com todos os meus sonhos e com tudo que eu imaginava. De repente senti medo, pensei em me esconder de baixo da cama, entretanto eu não despregava o nariz da janela. Se eu tivesse coragem de pular... Se eu pudesse ir até lá... E se eles me fizessem mal? Incrivelmente, naquela noite eu pensei rápido, desci as escadas correndo, do jeito que estava. Cheguei perto do monumental objeto que havia estacionado no meu quintal e fiquei de boca aberta, ainda não estava acreditando. Eu estava tão feliz. Permaneci perplexa por um bom tempo, até que um movimento estranho me fez ficar nervosa. Seriam eles? Não! Não podia ser. Ainda nem estamos em 2012!Corri. Escondi-me atrás de um arbusto. Esperei que eles descessem. O que não aconteceu. Saí de trás do arbusto e eles me viram. Corri para dentro de casa, fui para o quarto dos meus pais. Deus! Eu nunca vou me esquecer daqueles olhos gigantes e fulminantes. Talvez não fulminantes, mas como eu saberia? Nunca vou saber o que eles queriam, por que vieram para a minha casa, muito menos por que me olharam daquele jeito. Agarrei meus pais o mais forte que pude e logo peguei no sono. Acordei no outro dia e fui até a janela do meu quarto na esperança de confirmar as minhas visões da noite anterior, mas já não havia nada no quintal. Será que eu havia enlouquecido? Tomei banho, depois o café e saí para a escola. Então quando pisei do lado de fora, me deparei com formas geométricas perfeitamente simétricas e completamente sem sentido. Foi real.