terça-feira, 22 de abril de 2008

Eu

Eu sou a que no mundo anda perdida,

Eu sou a que na vida não tem norte,

Sou a irmã do Sonho, e desta sorte

Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,

E que o destino amargo, triste e forte,

Impele brutalmente para a morte!

Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...

Sou a que chamam triste sem o ser...

Sou a que chora sem saber por quê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,

Alguém que veio ao mundo pra me ver,

E que nunca na vida me encontrou!


Florbela Espanca

4 comentários:

Jéssica Welma disse...

Ah, Florbela! Conheço poucos poemas dela, mas já percebi q são ótimos!
ótima escolha!
bju!

Vanessa C. disse...

eu acho a minha cara...

Raiana disse...

Não conhecia. Lindo poema!
"Sou a que chora sem saber por quê..."
Por que isso sempre acontece? ;P
Bjos!

Anônimo disse...

porra!
do caralho!
gostei ó...
vou procurar ler essa autora
abraçOo